quinta-feira, 12 de agosto de 2010

29 de julho

Acordamos quando ja era perto de 11 horas, que era quando deveriamos fazer o check-out. Acabamos negociando outra noite no mesmo hostel e fomos fazer o que turistas fazem melhor: turismo.
O plano era fazer o "free"-tour (fica muito mal se tu nao da uma gorjeta de no minimo 5 euros pro guia) das 14 horas, mas enquanto a gente dava uma explorada pela praca central pra matar o tempo livre o ceu simplesmente fechou e comecou a chover forte. Plano abortado, acabamos optando por ir a algum lugar fechado. A escolha foi o museu sobre o comunismo da Republica Tcheca.
O museu era incrivelmente tendencioso, "incriminava" de todas as formas possiveis o tempo de mais ou menos 40 anos de ocupacao sovietica do pais. O museu nao era muito bonito, e era atrolhado de quinquilharias comunistas sem-sentido, como bustos gigantes feitos de plastico do Karl Marx, do Stalin e do Lenin (serio, tinha muitos desses). A localizacao, no entanto, dispensa comentarios: ao lado de um CASSINO e em cima de um MC DONALD'S. Sim, capitalistas, voces venceram.
Saindo de la, voltamos pro hostel para um breve descanso. Saimos mais tarde na companhia de um americano com cara de psicopata chamado Alan pra jantar numa pizzaria (muito boa, por sinal). Depois da janta, fomos ate o castelo de Praga para apreciar uma belissima vista noturna e fazer um reconhecimento do territorio. Voltamos e, cansados como nunca, fomos direto dormir.

Republica Tcheca - Praga

28 de julho

A jornada comeca ai. Encontrei o Diego as 18:45, conforme o combinado, na estacao Hauptbahnhof, em frente ao monumento do "grosse Pferd", que foi o que eu inventei na hora pra descrever o lugar pra alema que me deu informacoes. Pegamos o trem as 19:30 e partimos.
A viagem foi tranquila se desconsiderarmos o estado do banheiro, que transbordava mijo porque a descarga nao funcionava. Acabamos fazendo uma "amizade pra vida inteira" por 5 horas (tempo de viagem) com um mormon alemao que viajava a Viena pra ser testemunha de um casamento.
Era entao meia-noite e meia quando chegamos em Praga. A estacao, que estava fechando naquele momento, estava vazia, praticamente e, pra ajudar, era tudo escuro em volta. Um lugar meio afastado que tinha o seu ultimo metro diario passando exatamente no momento em que tinhamos chegado. A melhor parte da surpresa, no entanto, foi o fato de que nos nao tinhamos nenhum dinheiro tcheco (coroa, o nome da moeda) e, como nao havia nada aberto, olhamos no mapa, eu calcei os tenis e fomos andando noite adentro que, apesar de ser verao, estava fria. Eram 2:45 quando chegamos ao tao almejado "Mosaic" hostel. Fomos direto pro quarto, onde os ocupantes ja dormiam profundamente (e faziam barulhos estranhos).

quarta-feira, 28 de julho de 2010

28 de julho

Neste exato momento reuno os ultimos itens necessarios para a viagem que ocorrera a seguir. Parto de trem (pela primeira vez na vida) rumo a Republica Tcheca. Praga, mais precisamente. Sai ate pra comprar um guia turistico marca Lonely Planet, que oferece basicamente todos os programas culturais disponiveis na cidade. Estarei fazendo anotacoes em papel ate o domingo -data que eu volto- sobre a viagem. Transcreverei-as para ca depois. Momento de confissao estupida: eu realmente nao sei que lingua se fala na Republica Tcheca, o que prova que eu nao tenho estudado pro vestibular. Descobrirei, no entanto, em algumas horas.
Hasta la vista.
27 de julho

O dia inicia com uma tarde nao tao ativa. Peguei meus livros, determinada a dar cabo ao pe' no meu saco inexistente O Filho Eterno (morte as leituras obrigatorias da ufrgs) e comecar Memorias Postumas de Bras Cubas (esquece o parenteses anterior), e me mandei para a praca aqui perto (Schulenburg Park?) para uma tarde agradavel de leitura ao sol. Tarefas de leitura concluidas, o sono tomava conta da minha pessoa. Fui dar uma pequena caminhada pelas redondezas e voltei pra casa.
Mais tarde, me aventurei no metro durante a noite para encontrar Tanit, a espanhola com ares arrogantes que acabou por se tornar uma pessoa legal no meu conceito, e ver o SENSACIONAL documentario When You're Strange, que conta a historia de uma das melhores bandas de todos os tempos, com enfoque gigantesco, e' claro, no falecido Jim Morrison, tambem conhecido como The Lizzard King, ou ainda Mr. Mojo Risin'. Feliz com a excelencia do filme, voltei pra casa. Dormi bem.

terça-feira, 27 de julho de 2010

26 de julho

Acordei, peguei o metro e fui ate Alexander Platz ver uma exposicao ao ar livre sobre a epoca da existencia da DDR em Berlim. A exposicao tava boa, os textos bem escritos, mas o que matou a gurizada foi o sol escaldante que tornava muito mais dificil conseguir se concentrar de fato pra ler os textos. Outro inconveniente foi o fato de que eu cai no "golpe da cigana", sobre o qual meu irmao ja tinha me alertado. Uma mulher aparentemente inocente, mas nao muito bem vestida se aproxima das pessoas perguntando se elas falam ingles. Quando a pessoa responde que sim, elas entregam um papel com um texto suplicando dinheiro com alguma desculpa esfarrapada qualquer. Que merda, mas tudo bem, acabei metendo a mao no bolso e dei uma moeda de 1 euro que tava no meu bolso. O problema e' que depois dela, mais 4 OUTRAS ciganas vieram tentar me aplicar o mesmo golpe. "Speak english?" e eu so balancava a cabeca negativamente. "Sprachst du deutsch?" e de novo eu tinha que balancar a cabeca enquanto continuava a olhar a exposicao que era apenas em ingles e alemao. HE.
Saindo de la, um cara me abordou no meio da rua falando sobre a minha camiseta Velvet Underground comprada no dia anterior. Ele me pediu pra falar alguma musica famosa, e eu falei varias, falei sobre o Lou Reed, e o cara nao sabia nada. Ele ainda largou um "do you know when you're passing by the street, and then you look at someone and then you get that feeling and want to meet that person 'cause she seems special?"
Hm, nao, nao sei. Obrigada.
25 de julho

Acordei, ja eram umas 11 e meia. Fomos ate Frankfurter Tor tomar um brunch e de la rumamos pra um lugar aqui que e' tipo a redencao de Berlim, onde todo domingo tem uma especie de feira, tipo um "flea market". Um monte de pessoas joviais reunidas em um parque gigante, alguns tocando instrumentos musicais que pareciam discos voadores gigantes, outros reunidos (uns mil, sem exagero) em volta de um karaoke de rua, onde os corajosos podem se apresentar de graca pra uma plateia participativa que canta junto e bate palmas. Os artigos entao, muito legais. Desde camisetas ate vinis e instrumentos de manicure (?), de tudo tem. Claro que eu nao pude deixar de sair de la sem nada, e acabei comprando um blusao e uma camiseta do Velvet Underground & Nico, com a famosa capa feita pelo consagrado Andy Warhol. Quando eu vejo esse tipo de coisa, tipo as pessoas interagindo, sendo felizes, um evento legal assim, eu realmente fico pensando em como Porto Alegre e' uma bosta e como as pessoas sao idiotas. E' uma pena que a gente nao tenha "maturidade" o suficiente pra poder fazer esse tipo de evento.

Saindo de la, especialmente porque as condicoes climaticas nao estavam ajudando muito, viemos pra casa e rsolvemos fazer uma caminhada pela "area verde" que tem aqui do lado da casa. Bem bonito, com direito a rio e tudo. 7 Km depois estavamos em casa, cansados. Fim de dia.

domingo, 25 de julho de 2010

24 de julho

Acordei cedo pra tentar pela 2374923856923a vez entrar no museu da Frida Kahlo. O tempo tava chuvoso e nada convidativo, acabamos desistindo e dormimos mais um pouco. Mais tarde, acabamos indo ate' o museu da STASI, que era a antiga policia secreta do lado oriental de Berlim. Legal, mas o espaco e a exposicao nao foram bem explorados. As explicacoes pros turistas, que vem num caderninho em ingles, foram feitas meio por cima, o popular "nas coxa", e ainda por cima e' confuso pra caramba. No mais, o museu apresenta umas coisas legais. Destaque pros acessorios de filme de espionagem barato, como livros, canetas, PEDRAS, e CASINHA DE PASSARINHO com camera dentro. Sensacional.
Saindo de la, fomos ate o Charlottenburg Schloss, um palacio barroco muito bonito, com um puta jardim lindo que e' aberto ao publico. Nao pude deixar de pensar como seria legal reunir um pessoal legal num final de semana pra ir la, fazer um pic-nic, essas coisas de filme que nao existem na vida real de quem mora no Brasil.
A noite, acabei embarcando sozinha numa aventura pra encontrar Tanit, minha colega de curso de alemao que tinha me convidado pra sair. Fora o fato de que eu fiquei perdida por tipo uma hora andando no meio de uma baita avenida escura, foi tudo legal. Acabamos saindo e entramos num clube chamado Der Visioneer porque nao tinhamos conseguido entrar no Arena, que era onde ela queria realmente ir. Destaque da noite: ela me pedindo pra ligar pro canadense nerd, o Gabriel, porque ta apaixonadinha por ele e queria encontrar ele sem parecer DESESPERADA. Esse mundo nao faz sentido.